O principal objetivo do gerenciamento ágil de projetos é usar técnicas, ferramentas e métodos que organizem uma cadeia produtiva e direcione as equipes sobre o que fazer e como fazer. A lógica é que quanto mais fácil e detalhada for essa gestão, melhores são os resultados dentro do prazo estabelecido.
Um exemplo é a metodologia que os supermercados usam: quanto mais os clientes compram um produto, menos estoque há nas prateleiras e maior a necessidade de reposição daquele item. Como Taiichi Ohno - engenheiro industrial da Toyota - observou na década de 1940, esse sistema de reposição evita a superlotação do estoque e promove uma economia sustentável (com menos desperdícios).
Ohno viu as vantagens dessa metodologia e, sendo um gerenciador ágil, se adaptou rapidamente. Ele desenvolveu o sistema “pull”, onde a demanda do público guiava a produção, e o integrou na produção da montadora japonesa. E, como forma de deixar essa metodologia visualmente clara para toda a equipe da empresa, ele criou um painel organizado por colorimetria. Esse quadro de tarefas, como ficou conhecido, indicava a quantidade de itens disponíveis:
🟩 coluna verde: estoque saudável 🟨 coluna amarela: precisa repor
🟥coluna vermelha: últimas unidades
Não só isso, como se tornou também uma forma de guiar e acompanhar os processos envolvidos na produção. Faltava ainda uma forma que facilitasse a identificação e a movimentação do item: o Kanban (do japonês, “cartão”). Hoje, os gestores utilizam o termo para denominar um método que se desenvolveu para além do que Taiichi estruturou a princípio.
O que é Kanban?
Apesar de estarem fortemente associados, a metodologia Kanban não é apenas utilizar um quadro cheio de cartões para acompanhar o estoque ou a produção da equipe envolvida. Sua complexidade é figura cativa em aulas sobre gerenciamento de projetos e tópico em matrizes curriculares de pós-graduação e não sem motivo.
O termo teve origem na palavra “cartão”, mas hoje esse objeto é apenas um artefato comum à prática. Quando se fala no método Kanban, estamos falando de uma estrutura dividida em 5 itens: Definições, Pilares, Artefatos, Práticas e Equipe.
Em outras palavras, aplicar a ferramenta é um processo por si mesmo e precisa ser estruturado de acordo com o tamanho da equipe - e suas limitações - as particularidades da empresa e do projeto, como vai funcionar na prática e, principalmente, como adaptar as bases que definem o método.
As bases do Kanban
- Fluxo de trabalho: a entrega de um projeto depende da finalização de pequenas tarefas que compõem a produção. A conclusão de cada uma dessas partes, dentro de um determinado prazo, é o que se entende por fluxo.
A teoria é que pensar o projeto em partes e dividi-las entre a equipa é mais produtivo do que colocar uma única pessoa responsável por todo o projeto.
- Sistema “pull”: a ideia, desenvolvida por Ohno, é que não se coloca uma nova tarefa na cadeia produtiva, sem que tenha ocorrido a finalização de uma anterior. Em outras palavras, se a conclusão de um projeto depende da entrega de três tarefas - sendo que a 1ª e a 2ª tem início simultâneo - a 3ª só poderá ser iniciada depois que uma das outras duas for finalizada.
O objetivo é não pular etapas, evitar gargalos e não sobrecarregar os colaboradores. Afinal, existe um limite para a quantidade de tarefas que uma pessoa pode realizar dentro de um prazo.
- Método Kanban: esse é o principal argumento para a afirmação de que Kanban é mais do que um quadro de tarefas. Usar uma estratégia visual para a otimização do fluxo de trabalho é apenas uma definição dentre várias e mesmo aqui, a referência não é apenas uma ferramenta, mas um conjunto de objetivos que visa a melhoria contínua (do japonês, “Kaizen”).
A longo prazo, é esperado melhoria na capacidade de produção e diminuição em desperdício, gargalos e filas de espera. O foco também é aumentar a taxa de finalização de tarefas e limitar a quantidade de trabalhos em progresso.
Quando usar e quando não usar o Kanban
Uma das principais vantagens do Kanban é sua versatilidade. Ele pode ser adaptado a perspectivas mercadológicas, tipos de produtos desenvolvidos, tamanho da equipe disponível, quantidade de etapas necessárias e prazo disponível, contudo existem contextos em que ele é mais eficiente.
Se entre os pré-requisitos para finalização do projeto estão: adaptação contínua e o fluxo constante de trabalho, então o Kanban é uma escolha adequada. Já para entregas únicas, datas fixas, lançamentos ou grandes eventos, usar essa metodologia pode mais atrapalhar do que ajudar.
- Porque isso acontece:
- fluxo contínuo: kanban funciona melhor para projetos com várias etapas e sem interrupções bruscas. Se a finalização de um projeto depende de uma entrega única - indivisível em etapas e, portanto, sem fluxo de trabalho - então o Kanban não fará tanta diferença.
- Prazos: o objetivo desta metodologia é otimizar os fluxos de trabalhos, ou seja, aumentar a quantidade de tarefas completadas em um determinado tempo. Projetos com datas inegociáveis e um planejamento muito detalhado não são positivamente impactados pelo Kanban, pois precisam de um sistema com controle de tempo e processos muito rígidos.
- Limitação de tarefas: para evitar gargalos, as empresas que usam kanban não costumam ter muitas tarefas em progresso ao mesmo tempo. Projetos com datas fixas, entregas únicas e eventos costumam precisar que muitas tarefas estejam em andamento simultaneamente. Nesses casos, esperar a conclusão de um item para iniciar o próximo pode acarretar em atraso no cronograma.
Nas situações em que essa metodologia ágil não for a opção certa, uma boa substituição seria o Canvas Visual. Ele também organiza projetos com uma estrutura transparente, estabelecendo tarefas, responsabilidades e objetivos, mas é muito mais simples.
RELACIONADO: Planejamento de projetos com Canvas Visual com foco em Planejamento visual estruturado para gestão de projetos.
Conclusão
O Kanban é uma metodologia que foi desenvolvida a partir de vários métodos. Uma de suas características mais singulares é o uso do quadro de tarefas como ferramenta de aplicação, mas para dar resultados os responsáveis pela gestão precisam estruturar e administrar esse quadro com fundamentos teóricos e práticos da gestão ágil de projetos.
Aplicar esse sistema a linha produtiva de um projeto pode acarretar em muitos benefícios, principalmente no que se refere ao tempo necessário para finalizar as tarefas. Contudo, o responsável pelo planejamento deve estar atento às características do processo a ser desenvolvido e, principalmente, conhecer o Kanban. Dessa forma, ele vai saber quando a ferramenta ajuda e quando ela atrapalha.
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