Nos últimos dias, um caso de transplante renal surpreendeu tanto profissionais de saúde quanto outras pessoas que ficaram sabendo do ocorrido. Isso porque o procedimento, normalmente realizado sob anestesia geral, foi conduzido com o paciente acordado.
John Nicholas, um morador de 28 anos de Chicago (EUA), foi submetido a um transplante de rim apenas com anestesia local, o que permitiu que ele permanecesse consciente durante toda a cirurgia e até mesmo interagisse com os cirurgiões.
Outro aspecto impressionante foi o tempo de internação. Ao invés de ficar no hospital por 2 ou 3 dias, como é comum com anestesia geral, John recebeu alta apenas um dia após a operação.
Embora raro, transplantes com o paciente acordado não são inéditos, mas esta foi a primeira vez que ocorreu na Northwestern Medicine.
Os cirurgiões responsáveis destacaram diversos benefícios dessa abordagem, incluindo a redução dos riscos associados à anestesia geral, a diminuição do tempo de internação e o aumento da segurança e conforto para pacientes que apresentam riscos ou fobias em relação à anestesia geral.
Além disso, devido à eficiência dos procedimentos envolvidos, até mesmo pacientes sem fobia ou fatores de risco podem se beneficiar, recuperando-se mais confortavelmente em casa.
Os médicos também mencionaram que o procedimento durou menos de duas horas e que utilizaram raquianestesia, a mesma injeção usada em cesarianas. Segundo o médico Garcia Tomas, um dos responsáveis pela cirurgia, a anestesia para o transplante renal com o paciente acordado foi até mais simples do que muitas cesarianas.
O transplante renal de John foi bem-sucedido e ocorreu sem intercorrências, demonstrando que a área da saúde continua a evoluir e alcançar novos patamares na garantia da segurança e bem-estar dos pacientes.
Qual é o papel da enfermagem na doação e transplante de órgãos?
O Brasil é o segundo país que mais realiza transplantes de órgãos no mundo. Com o crescimento contínuo dessa área da saúde, há também uma alta demanda por especialistas.
Entre eles, destacam-se os profissionais de enfermagem, conforme estabelecido pela Resolução nº 710/2022 do Cofen (Conselho Federal de Enfermagem). Os enfermeiros atuam ativamente na captação, doação e transplante de órgãos, tecidos e células, desde a identificação de potenciais doadores até o acompanhamento pós-transplante.
Algumas de suas principais atribuições são:
- Avaliar o doador para garantir a viabilidade dos órgãos a serem doados;
- Contribuir para a saúde fisiológica, psicológica e social dos pacientes;
- Oferecer suporte abrangente aos pacientes e familiares;
- Atuar como perfusionista na captação e armazenamento dos órgãos;
- Assumir o papel de assistente na sala de cirurgia;
- Fornecer assistência especializada aos pacientes no período pós-operatório;
- Facilitar e promover mudanças de comportamento e adesão ao tratamento.
Os profissionais de enfermagem que desejam se especializar nesta área podem realizar a Pós-graduação EAD em Enfermagem em Captação, Doação e Transplante de Órgãos e Tecidos da São Camilo.
O curso prepara os enfermeiros para fornecer cuidados precisos e eficientes, contribuindo para a redução dos riscos e falhas humanas, e ajudando a garantir a sobrevivência e qualidade de vida dos pacientes.
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REFERÊNCIAS
O GLOBO. 'Mais fácil que muitas cesáreas': Homem faz transplante de rim enquanto está acordado e volta para casa depois de apenas 1 dia. O GLOBO, Rio de Janeiro, 01 jul. 2024. Disponível em: https://oglobo.globo.com/saude/medicina/noticia/2024/07/01/mais-facil-que-muitas-cesareas-homem-faz-transplante-de-rim-enquanto-esta-acordado-e-volta-para-casa-depois-de-apenas-1-dia.ghtml. Acesso em: 02 jul. 2024