O farmacêutico é o profissional que investiga os processos de produção de medicamentos, cosméticos e produtos de higiene. São muitas as possibilidades de atuação dentro da área de Farmácia. Um delas, em especial, é a pesquisa clínica. Quer saber mais sobre essa área? Então, vamos embarcar nesta leitura. 

O que é Pesquisa Clínica?

Encontramos no site da Anvisa uma ótima definição da atividade de Pesquisa Clínica, que diz o seguinte:
 
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As pesquisas clínicas são estudos realizados com humanos para medir os parâmetros de segurança e eficácia de novos medicamentos, sendo essencial para a chegada de novas alternativas terapêuticas no mercado. Estes ensaios são divididos em fases I, II, III e IV, de acordo com a quantidade de participantes e os objetivos específicos da cada etapa.”
 
Mas, quais são essas quatro fases da pesquisa?
 
Fase I: É a utilização do medicamento, já aprovado em fases pré-clínicas, geralmente em pessoas saudáveis.
Fase II: Nesse momento, amplia-se o número de pessoas, e agora, elas apresentam o quadro da doença em questão, para que seja comprovada a eficácia do medicamento.
Fase III: Aqui é testada uma maior quantidade de pessoas que têm a doença – maior do que todas as outras fases –, com o objetivo de comprovar os dados coletados na fase anterior. O acompanhamento é mais longo.
Fase IV: Após todas as etapas precedentes, se o medicamento for aprovado, ele será levado ao mercado, e os testes de acompanhamento do uso serão implementados. 
 
Outro ponto fundamental dos estudos clínicos no Brasil é a sua regulamentação, estabelecida pelo Conselho Nacional de Saúde e vinculada ao Ministério da Saúde. Nela constam os procedimentos regulatórios sobre as pesquisas que envolvem seres humanos. Além desta, também podemos citar as Boas Práticas Clínicas, que são as regras mundiais para a pesquisa em seres humanos. 
 
Essas normas são estabelecidas para que os trabalhos sejam desenvolvidos com ética e integridade. 
 
Agora que já sabemos um pouco sobre como se dão as pesquisas clínicas no Brasil, vamos falar um pouco sobre a carreira do farmacêutico especializado para atuar nessa área.
 

O perfil da carreira em Pesquisa Clínica

Essa é uma carreira que está em ascensão, principalmente por causa do cenário gerado pelo novo coronavírus, em que as pesquisas devem estar com capacidade e força total, para que possamos descobrir o tratamento para esse vírus.
 
Numa projeção feita pela IQVIA, podemos notar que a quantidade de investimento global em pesquisa clínica para o ano de 2018 era de US$ 111,6 bilhões. Bastante dinheiro, não é mesmo? Esse número nos mostra o quanto essa carreira é participativa, e tende a ser cada vez mais no mercado.
 
Ser um farmacêutico atuante na área de pesquisa clínica requer muita especialização e investimento no conhecimento, afinal, é uma área dinâmica e que exige domínio em química farmacêutica, farmacotécnica e tecnologia farmacêutica. 
 

Quanto ganha um Pesquisador Clínico

A faixa salarial de um profissional especializado em pesquisa clínica pode variar em torno de R$ 3.540,00 a R$ 10.000,00. Vai depender do grau de especialização e, é claro, do cargo exercido. Vale a pena investir numa especialização, não é mesmo?
 

Onde um Pesquisador Clínico atua?

De acordo com o CRF- SP, os farmacêuticos podem desenvolver seus trabalhos em laboratórios, centros de pesquisa e organizações representativas de pesquisas clínicas. Abaixo, temos uma figura extraída da Cartilha de Pesquisa Clínica do CRF-SP:
 
infográfico profissões em pesquisa clínica
 
Segundo o Prof. Marcelo Polacow, coordenador de cursos da área de Farmácia, da São Camilo, e Diretor do CRF-SP, em momentos como este, em que enfrentamos a pandemia de um novo vírus, a pesquisa clínica é importantíssima para que haja avanços para um tratamento ou uma vacina. Confira o depoimento do professor:
 
“No mundo todo está aumentando, de maneira significativa, a necessidade de pesquisas sobre novos tratamentos. Não sabemos muito, e é a primeira vez que lidamos com uma pandemia global dessa magnitude.
 
Uma das maiores questões do momento é: quando haverá uma vacina? Como os ensaios clínicos são uma das nossas áreas de especialização, queríamos um minuto para fornecer uma visão geral do processo pelo qual uma nova vacina passaria antes de estar disponível ao público e por que esse processo é tão importante. 
 
O processo de teste e aprovação de um novo tratamento ou vacina é complexo, e por boas razões. É necessário haver salvaguardas para confirmar que um tratamento ou vacina é eficaz e seguro antes de usá-lo no público em geral.
 
Para enfrentar esses desafios e acelerar a pesquisa necessária em ambientes com recursos limitados, foi proposta uma coalizão internacional de pesquisa que reúne a experiência multinacional existente e multidisciplinar, e a capacidade de ensaios clínicos. A coalizão estará em sinergia com as iniciativas existentes, como o Acelerador Terapêutico COVID-19, a Coalizão de Inovações em Preparação para Epidemias (CEPI) e o Pipeline de Diagnóstico SARS-CoV-2. O objetivo é usar nossos recursos de pesquisa existentes para apoiar, promover e acelerar ensaios multicêntricos de segurança e eficácia de intervenções contra a COVID-19 em ambientes com recursos limitados. Para a terapêutica, a pesquisa em tais ambientes deve se concentrar principalmente na avaliação de medicamentos reaproveitados a preços acessíveis – isto é, aqueles já desenvolvidos e aprovados para outras indicações – e em medidas de suporte implementáveis. Se aplicáveis, testes de novas ferramentas de diagnóstico, vacinas e outras estratégias potencialmente benéficas serão adicionados aos ensaios.” 
 
Gostou de saber mais sobre a atuação de um profissional de Farmácia na área de Pesquisa Clínica? Então, não deixe de conferir nossos conteúdos.

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