Você conhece ou tem contato com alguma pessoa com transtorno mental, certo? Se conhece mais ou menos, de encontrar com a pessoa apenas em algumas ocasiões, é possível que você não tenha noção do desafio que é dar assistência a uma pessoa com transtorno mental. Quem sabe bem como isso é difícil são mães e familiares que convivem com as limitações e repentinas alterações de humor, que lidam não apenas com as necessidades de agora — mas também com o inquietante desafio de preparar essas pessoas da melhor maneira para a vida.

Já seria dificílimo se o trabalho fosse apenas  lidar com as limitações das pessoas com transtorno mental. Mas, temos também a deficiência dos serviços de saúde, o alto custo dos remédios e o preconceito que essas pessoas sofrem.

“Os transtornos mentais geralmente são tratados pela sociedade com desprezo, o que termina gerando o isolamento social dos pacientes que apresentam os transtornos —  escreve Polyana Amorim Cruz Nascimento, enfermeira e Mestre em gestão em saúde no artigo Assistência Humanizada à Pessoa com Transtornos Mentais.

O preconceito e maus tratos à pessoa com transtorno mental é um problema tão sério que a Organização das Nações Unidas aprovou em 1991 uma série de medidas pela Proteção de Pessoas Acometidas de Transtorno Mental e a Melhoria da Assistência à Saúde Mental. Reafirmando, assim, as seguintes liberdades fundamentais e direitos básicos:

  1. Todas as pessoas têm direito à melhor assistência disponível à saúde mental, que deverá ser parte do sistema de cuidados de saúde e sociais.
  2. Todas as pessoas portadoras de transtorno mental, ou que estejam sendo tratadas como tal, deverão ser tratadas com humanidade e respeito à dignidade inerente à pessoa humana.
  3. Todas as pessoas portadoras de transtorno mental, ou que estejam sendo tratadas como tal, têm direito à proteção contra exploração econômica, sexual ou de qualquer outro tipo, contra abusos físicos ou de outra natureza, e tratamento degradante.
  4. Não haverá discriminação sob pretexto de um transtorno mental.

 

A Política Nacional de Saúde Mental

O serviço público de saúde, quando disponível, representa um grande apoio aos familiares, cuidadores e agentes do serviço social.

De acordo com o Ministério da Saúde, a política nacional de Saúde Mental é uma ação coordenada pelo Ministério da Saúde para organizar a assistência às pessoas com necessidades de tratamento e cuidados específicos em saúde mental. Abrange a assistência a pessoas com necessidades relacionadas a transtornos mentais como depressão, ansiedade, esquizofrenia, transtorno afetivo bipolar, transtorno obsessivo-compulsivo, etc.

Os principais atendimentos em saúde mental disponíveis aos cidadãos são realizados nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), onde o usuário recebe atendimento próximo da família com assistência multiprofissional e cuidado terapêutico conforme o quadro de saúde de cada paciente.

Outro desafio para uma assistência adequada às pessoas com transtornos mentais é a carência de agentes profissionais de Serviço Social.

Nos últimos anos houve maior oferta de cursos e pós-graduações para a formação de profissionais no Serviço Social. A proposta que está na Câmara dos Deputados que fixa em R$5.500 o piso salarial do Assistente Social em todo o País deve estimular ainda mais a entrada de novos profissionais nessa área.


 

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