É de responsabilidade do enfermeiro a instalação, desinstalação, controle e acompanhamento da Nutrição Enteral e da Nutrição Parenteral, seja em instituições de saúde pública ou privada.
Continue lendo para descobrir qual é a diferença entre Nutrição Parenteral e Enteral, além de quais cuidados devem ser observados pelo enfermeiro para garantir o bem-estar dos pacientes.
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O que é Nutrição Enteral (NE)?
De acordo com o Manual de Nutrição Enteral do A.C. Camargo Cancer Center, a Nutrição Enteral é um método utilizado para garantir uma nutrição adequada a pacientes que não podem se alimentar oralmente.
Esse processo pode ser realizado através de sondas que são inseridas ou implantadas no estômago ou no intestino delgado. Na Nutrição Enteral, os nutrientes são consumidos na forma líquida ou em pó, assegurando o suprimento completo das necessidades nutricionais do paciente.
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Quais são os cuidados da Enfermagem na Nutrição Enteral?
Para garantir a eficácia da Nutrição Enteral, é essencial aderir a uma série de procedimentos bem definidos, os quais demandam que os profissionais de enfermagem estejam devidamente capacitados para executá-los de maneira precisa.
O Manual de Nutrição Enteral oferece diretrizes fundamentais que orientam o processo de instalação da NE, conforme detalhado a seguir:
Antes da instalação da Nutrição Enteral
- Higienizar as mãos e realizar a paramentação adequada;
- No caso de dietas enterais industrializadas em forma líquida, armazenar a porção não utilizada do frasco em local refrigerado;
- Certificar-se de suspender o frasco a uma altura de cerca de 60 cm ou mais acima da cabeça do paciente, permitindo que a dieta enteral flua corretamente.
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Durante a instalação da Nutrição Enteral
- Controlar o gotejamento cuidadosamente utilizando o regulador para evitar desconfortos;
- Após pendurar o frasco contendo a dieta enteral e conectar o equipo, permitir que a alimentação percorra todo o equipo a fim de remover o ar. Em seguida, conectar o equipo à sonda;
- Garantir que o paciente esteja na posição sentada (90º) ou com a parte superior do corpo elevada (45º) para minimizar o risco de reflexos indesejados;
- Interromper imediatamente a administração da dieta se o paciente apresentar náusea, tosse excessiva, dificuldade respiratória ou quaisquer alterações.
Após a instalação da Nutrição Enteral
- Aguardar pelo menos 30 minutos após a conclusão da dieta enteral antes de deitar o paciente;
- Após o término da dieta, é importante irrigar a sonda com água em intervalos regulares para garantir uma limpeza adequada e prevenir possíveis obstruções;
- Utilizar uma seringa de 20 ml para injetar 40 ml de água filtrada ou água mineral pela sonda, efetuando a limpeza de maneira adequada.
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O que é Nutrição Parenteral (NP)?
A administração direta de nutrientes na corrente sanguínea através de uma via intravenosa caracteriza a nutrição parenteral. Essa abordagem pode ser parcial, suprindo apenas parte das necessidades nutricionais diárias em complemento à ingestão oral, ou total, atendendo a todas as necessidades nutricionais diárias.
O Dr. David R. Thomas, da St. Louis University School of Medicine, desaconselha o uso rotineiro da nutrição parenteral em pacientes com trato gastrointestinal íntegro, devido à sua falta de preservação da estrutura e função desse órgão.
Comparativamente à nutrição enteral, a nutrição parenteral acarreta desvantagens, incluindo um aumento nas complicações e custos financeiros mais elevados.
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Quais são as possíveis complicações da Nutrição Parenteral?
Devido à sua administração direta na corrente sanguínea, a Nutrição Parenteral é um procedimento invasivo suscetível a complicações, frequentemente associadas ao cateter devido a falhas na assepsia no ambiente, na manipulação dos elementos da dieta, nos dispositivos utilizados e na higiene ao redor da inserção do cateter.
Essas complicações podem envolver ocorrências como infecções, obstruções, trombose da veia central, embolia pulmonar e até mesmo septicemia.
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Quais são os cuidados da Enfermagem na Nutrição Parenteral?
Para garantir que a Nutrição Parenteral seja eficiente e que os cateteres sejam manipulados corretamente, é extremamente importante que os profissionais de enfermagem estejam familiarizados com os protocolos de cuidado e recebam um treinamento completo.
As enfermeiras Thais Vilela de Sousa e Georlúcya Kátia da Silva Ferreira colaboraram na elaboração do documento "Cuidados da Enfermagem na Nutrição Parenteral", que agora é distribuído nos hospitais universitários da rede governamental.
Esse material estabelece as orientações que os enfermeiros devem seguir para administrar a Nutrição Parenteral com segurança, abrangendo procedimentos de pré-instalação, práticas higiênicas durante o processo e cuidados direcionados ao paciente.
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Antes da instalação da Nutrição Parenteral
- Certificar-se do tipo de acesso adequado: periférico para soluções com osmolaridade até 800-900mOsm/L ou central para soluções com osmolaridade superior a 700mOsm/L;
- Garantir que a bolsa tenha sido recebida dentro do prazo para administração;
- Manter a bolsa na embalagem plástica até o momento da manipulação;
- Realizar a aclimatação da bolsa no posto de enfermagem;
- Inspecionar o local de inserção do cateter para detecção precoce de complicações.
Higiene durante a instalação da Nutrição Parenteral
- Limpar a superfície de preparo;
- Realizar uma higienização adequada das mãos e utilizar a paramentação apropriada;
- Inspecionar a bolsa antes de prosseguir;
- Criar um rótulo com as informações do paciente, volume total de infusão, data e hora, taxa de gotejamento prescrita e nome do profissional que instalou;
- Diluir a solução de acordo com as instruções do fabricante sem danificar a bolsa;
- Conectar o equipo de forma asséptica e preenchê-lo com a solução parenteral.
Cuidados com o paciente durante a instalação da Nutrição Parenteral
- Interromper qualquer infusão em andamento, se houver;
- Fechar ou clampear a via de infusão. Caso não haja um clamp próximo, orientar o paciente a realizar a manobra de Valsalva;
- Realizar uma desinfecção cuidadosa da conexão do acesso com álcool;
- Manter a cadeia asséptica: desconectar o equipo usado;
- Manter a cadeia asséptica: injetar 20ml de soro fisiológico;
- Manter a cadeia asséptica: conectar um novo equipo;
- Desinfetar a bomba de infusão com álcool a 70%, programar e iniciar a infusão.
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Como se especializar em Nutrição Enteral e Parenteral?
Para proporcionar um atendimento exemplar aos pacientes, o enfermeiro que busca se especializar em Nutrição Enteral e Parenteral deve investir em conhecimento avançado e atualizado.
O curso de Pós-graduação EAD em Enfermagem em Nutrição Enteral e Parenteral da São Camilo oferece um conteúdo de alta qualidade abordando anatomia, fisiologia e patologias do sistema gastrointestinal, além de terapia nutricional enteral e parenteral aplicada aos processos de enfermagem, colaboração multidisciplinar e promoção da qualidade e segurança do paciente.
Os principais objetivos do programa são:
- Formar profissionais especializados no cuidado de pacientes que necessitam de terapia nutricional enteral ou parenteral;
- Apresentar de forma abrangente a anatomia e fisiologia do Sistema Gastrointestinal;
- Contribuir para a formação de profissionais interessados em aprofundar seus conhecimentos sobre terapia nutricional;
- Capacitar enfermeiros para realizar a sistematização de cuidados em instituições de saúde, tanto públicas quanto privadas, para pacientes indicados ou submetidos à terapia nutricional enteral ou parenteral.
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REFERÊNCIAS
A.C. CAMARGO CANCER CENTER. Manual de Nutrição Enteral. São Paulo, 2020. Disponível em: https://accamargo.org.br/sites/default/files/2020-08/Manual-Nutricao-Enteral.pdf. Acesso em: 10 ago. 2023.
THOMAS, D. R. Nutrição parenteral total (NPT). Manual MSD, abril 2022. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-nutricionais/suporte-nutricional/nutri%C3%A7%C3%A3o-parenteral-total-npt. Acesso em: 10 ago. 2023.
SOUSA, Thais Vilela de; FERREIRA, Georlúcya Kátia da Silva. Cuidados de enfermagem na nutrição parenteral. Universidade Federal de Goiás, Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, Hospital das Clínicas, 2016. Disponível em: https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-universitarios/regiao-centro-oeste/hc-ufg/governanca/comissoes-e-comites/copy_of_6NutrioParenteralabordagemdaenfermagem.pdf. Acesso em: 10 ago. 2023