Um novo relatório elaborado pela NCD Risk Factor Collaboration (NCD-RisC), em colaboração com a Organização Mundial de Saúde (OMS), revelou que, em 2022, 159 milhões de crianças e adolescentes e 879 milhões de adultos viviam com obesidade em todo o mundo. 

Já no Brasil, dados do Ministério da Saúde indicam que 24,3% dos adultos são portadores da obesidade, o que significa que um em cada quatro brasileiros está enfrentando essa condição de saúde.

Além disso, a OMS estima que, até 2025, 2,3 bilhões de adultos ao redor do mundo estejam acima do peso, dos quais 700 milhões terão obesidade. 

Esses números destacam a urgência de estratégias e intervenções eficazes para lidar com esse problema em crescimento, e o nutricionista desempenha um papel fundamental nesse cenário.

Continue lendo para descobrir como criar planos nutricionais adequados para o tratamento da obesidade e sobrepeso.

Quais as principais formas de aconselhamento nutricional para pacientes obesos?

Para aconselhar pacientes obesos, é essencial compreender os determinantes intrínsecos e extrínsecos que influenciam consciente e inconscientemente suas escolhas alimentares.

  • Determinantes intrínsecos: demandas do organismo e mecanismos metabólicos e fisiológicos, que afetam a fome, saciedade e a motivação para comer determinados alimentos. Em alguns casos, esses mecanismos podem se desregular, resultando em aumento do consumo alimentar.
  • Determinantes extrínsecos: fatores externos influenciam na escolha e consumo dos alimentos, como ambiente físico, poder aquisitivo, influências familiares e fácil acesso a alimentos ultraprocessados e com alta densidade calórica. 

 

Durante o aconselhamento nutricional, o profissional deve reconhecer que os comportamentos alimentares são adquiridos ao longo da vida, tornando essencial a implementação de mudanças de forma gradual para que sejam sustentáveis.

Para isso, o nutricionista pode utilizar estratégias de educação alimentar para reduzir a densidade energética da dieta, respeitando a palatabilidade.

Além disso, pode fornecer informações detalhadas sobre nutrição, abordando conceitos básicos como calorias, macronutrientes (carboidratos, proteínas, gorduras) e micronutrientes (vitaminas e minerais), além de orientar sobre como selecionar alimentos saudáveis e equilibrados.

É importante também aconselhar o paciente a adotar mudanças de comportamento e estilo de vida ao longo do tempo, o que pode incluir a prática regular de atividades físicas, alimentação consciente, redução das porções e escolha controlada e consciente dos alimentos.

Essas medidas não apenas auxiliam na perda de peso, mas também promovem uma relação saudável e sustentável com a alimentação, contribuindo para a melhoria da saúde do paciente obeso.

Qual é a dieta ideal para um paciente obeso?

Cada paciente é único, logo, é crucial realizar uma avaliação completa das necessidades individuais, preferências, estilo de vida e condições de saúde específicas de cada pessoa para determinar a dieta mais adequada.

No entanto, segundo a ABESO (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica), a dieta considerada mais ideal para o tratamento da obesidade consiste no controle das porções e da densidade energética.

Alimentos na dieta do paciente obeso

A ABESO recomenda o aumento do consumo de frutas, verduras e legumes in natura, além da redução da ingestão de fast-food e bebidas açucaradas.

Alguns dos alimentos que devem ser incluídos na dieta são:

  • Abobrinha;
  • Couve;
  • Alface;
  • Acelga;
  • Broto de feijão;
  • Palmito;
  • Tomate;
  • Rabanete;
  • Cenoura;
  • Abóbora;
  • Beterraba.

 

Portanto, o nutricionista deve incentivar o consumo de alimentos de baixa densidade calórica, que aumentam a saciedade e diminuem a fome e a ingestão calórica.

Intervenções na dieta do paciente obeso

As dietas de baixa caloria são recomendadas pela ABESO em casos de obesidade; no entanto, as dietas de muito baixas calorias devem ser utilizadas apenas em situações específicas, mediante análise do profissional responsável.

Quanto aos substitutos de refeição, como shakes, sopas e alimentos em pó, a recomendação é que seja feita uma avaliação individual do paciente e, se o nutricionista julgar necessário, integrá-los como parte da dieta hipocalórica.

Dieta mediterrânea, plant-based e vegetariana para paciente obeso 

A dieta mediterrânea baseia-se no consumo de alimentos ricos em fibras, vitaminas e minerais, como legumes, nozes, grãos integrais, frutas, ervas, azeite e especiarias. Esse tipo de dieta é recomendado pela ABESO para o controle e melhoria do quadro de obesidade.

Quanto às dietas baseadas em plantas e vegetarianas, embora sejam recomendadas, o perfil individual do paciente deve ser avaliado para garantir que sejam eficazes e seguras. Elas devem ser integradas à dieta hipocalórica conforme necessário.

Como se especializar no tratamento da obesidade?

Para garantir que o paciente com obesidade receba o melhor tratamento, é fundamental possuir conhecimentos extensivos sobre essa condição médica.

Através da Pós-graduação EAD em Obesidade e Emagrecimento da São Camilo, o profissional de saúde pode se especializar em temas fundamentais, tais como:

  • Dimensões físicas e psicológicas associadas à obesidade;
  • Processos metabólicos na digestão, absorção e utilização de macronutrientes e micronutrientes;
  • Causas e influências na obesidade, incluindo fatores genéticos, ambientais, socioeconômicos, culturais e psicossociais;
  • Alterações fisiológicas e bioquímicas na obesidade, englobando o tecido adiposo, desregulação hormonal e inflamação crônica;
  • Intervenções nutricionais, atividade física, modificações comportamentais, tratamentos farmacológicos e considerações cirúrgicas.

 

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