Como a venda de medicamentos em supermercados afeta o setor farmacêutico
Você já deve ter ouvido falar sobre um projetos de lei que autorizam ou proíbem a venda de medicamentos em supermercados.
Tal prática é um tema que tem gerado intensos debates no Brasil, envolvendo legisladores, profissionais da saúde, farmacêuticos e a população em geral.
Neste artigo, vamos explorar como essa prática pode impactar o setor farmacêutico, os desafios associados e entender mais sobre a comercialização de remédios e seu impactos.
Debate sobre a venda de medicamentos em supermercados
O debate sobre a venda de medicamentos, especialmente os isentos de prescrição (MIPs), em supermercados e estabelecimentos similares é controverso.
Defensores, como a deputada Adriana Ventura (Novo-SP), relatora do Projeto de Lei 1774/19, argumentam que a prática amplia o acesso da população a medicamentos básicos e reduz custos operacionais.
No entanto, críticos, como o Conselho Regional de Farmácia do Ceará, apontam riscos relacionados à automedicação e à falta de orientação farmacêutica.
No Brasil, a Lei 13.021/14 determina que medicamentos só podem ser vendidos sob supervisão de um farmacêutico habilitado. Nesse sentido, a comercialização em supermercados pode contrariar essa norma, levando a uma possível banalização do uso de medicamentos. Isso pode afetar negativamente o setor farmacêutico e os profissionais da saúde
Para os profissionais da farmácia clínica, a venda de medicamentos fora das farmácias representa um desafio significativo. Os farmacêuticos têm um papel crucial na orientação sobre o uso correto de medicamentos, na prevenção de interações medicamentosas e na promoção da saúde.
Sem a supervisão adequada, o risco de complicações relacionadas ao uso incorreto de medicamentos aumenta, pressionando ainda mais o sistema de saúde pública.
Além disso, essa prática pode comprometer o mercado das farmácias tradicionais, afetando a sustentabilidade econômica e as oportunidades na área de farmácia.
Prós e contras sobre a venda de medicamentos em supermercados
Prós:
- Acessibilidade: maior disponibilidade para a população, especialmente em áreas remotas;
- Preços mais baixos: competição de mercado pode reduzir os custos para o consumidor;
- Praticidade: compra de medicamentos junto com outros itens de uso diário.
Contras:
- Risco de automedicação: sem orientação farmacêutica, o uso inadequado de medicamentos pode aumentar;
- Impacto nas farmácias tradicionais: redução no faturamento das farmácias que oferecem serviços especializados;
- Falta de controle técnico: ausência de supervisão por profissionais qualificados pode levar a erros graves no consumo de remédios.
Os perigos da automedicação
A automedicação é um contra bastante forte na venda de medicamentos em supermercados. De acordo com o Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico (ICTQ), cerca de 90% dos brasileiros se automedicam.
Nesse sentido, o uso inadequado de medicamentos pode causar intoxicações, reações alérgicas e até dependência. Medicamentos aparentemente inofensivos, como analgésicos, podem mascarar doenças graves, atrasando diagnósticos e tratamentos adequados.
Como os medicamentos são vendidos hoje no Brasil?
No Brasil, medicamentos são classificados de acordo com a necessidade de prescrição médica. Os medicamentos isentos de prescrição, como analgésicos e antitérmicos, podem ser adquiridos sem receita médica, mas somente em estabelecimentos regulamentados.
Isso garante que o consumidor tenha acesso à orientação farmacêutica e reduza o risco de uso inadequado.
Recentemente, estados como Sergipe aprovaram leis proibindo a venda de medicamentos nesses locais, destacando a importância de manter o controle sobre o consumo de remédios.
Como isso impacta profissionais de farmácia?
Por um lado, há uma desvalorização do acompanhamento profissional, já que a venda indiscriminada de medicamentos pode diminuir a busca pelo aconselhamento especializado que o farmacêutico oferece.
Isso pode enfraquecer o papel essencial do profissional de farmácia como agente de saúde. Além disso, cresce a preocupação com o aumento de problemas relacionados à automedicação, como intoxicações e resistência a antibióticos, o que exige dos farmacêuticos maior dedicação para corrigir o uso inadequado desses produtos.
Outro desafio importante é o risco de redução de mercados tradicionais. A inclusão de medicamentos em supermercados pode impactar diretamente a lucratividade das farmácias, diminuindo a competitividade desses estabelecimentos e afetando o mercado de trabalho dos farmacêuticos.
Por outro lado, essa situação também traz oportunidades importantes. A valorização da farmácia clínica emerge como uma resposta à necessidade de educação do paciente e à gestão adequada dos medicamentos. Assim, profissionais capacitados nessa área se tornam indispensáveis.
Somado a isso, cresce a demanda por formação e especialização, especialmente em áreas como farmácia clínica, prescrição de medicamentos e farmácia em infectologia, criando um ambiente propício para o avanço na carreira de quem busca se destacar.
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