O avanço tecnológico e a constante evolução do mundo moderno representam desafios significativos para estudantes e educadores. 

Cada vez mais, observa-se uma redução na capacidade de concentração e retenção de informações, o que torna os métodos de ensino tradicionais insuficientes para proporcionar uma aprendizagem significativa e completa.

Diante desse cenário, profissionais das áreas de neurociência e educação têm se dedicado ao estudo e à implementação de novas abordagens que se fundamentam na utilização da tecnologia como uma ferramenta de aprendizagem. Dentre essas ferramentas, destacam-se os jogos educacionais.

 

  1. Os jogos podem ajudar a aumentar a concentração?

Embora haja um estigma associado à crença de que os jogos são prejudiciais aos alunos, diminuindo sua capacidade de concentração, alguns especialistas em neuroeducação contestam essa afirmação. 

Eles destacam que, se utilizados de maneira adequada, os jogos podem se tornar aliados valiosos no contexto educacional, auxiliando os estudantes a estimularem sua concentração enquanto se divertem.

Lev Vygotsky, um influente teórico do socioconstrutivismo, acreditava na importância da interação com estímulos externos para o desenvolvimento individual. Com base em seus estudos e em outros líderes na área, alguns jogos podem ser considerados facilitadores do processo de aprendizagem.

Essa perspectiva se justifica pelo fato de que os jogos valorizam a interação social e promovem processos cognitivos fundamentais diretamente relacionados à concentração.

Além disso, diversos fatores intrínsecos aos jogos desempenham um papel crucial no aprimoramento da concentração, tais como:

  • Estímulo ao pensamento estratégico para a resolução de problemas;
  • Feedback imediato que incentiva a adaptação a novos desafios;
  • Estímulos visuais, auditivos e táteis que mantêm a atenção dos jogadores;
  • Aprendizado ativo por meio da experiência;
  • Engajamento cognitivo que pode aprimorar a capacidade de concentração;
  • Desenvolvimento e aprimoramento das habilidades motoras;
  • Narrativas envolventes que capturam a atenção do jogador.

 

  1. Quais jogos ajudam a aumentar a concentração?

Dentre os diversos jogos que auxiliam no desenvolvimento da concentração, cinco se destacam:

  • Jogo da memória: Desafia a capacidade de memorização de padrões e localizações, estimulando o cérebro a manter-se focado na atividade.

 

  • Jogo de xadrez: Exige não apenas concentração, mas planejamento estratégico, raciocínio lógico, tomada de decisões e antecipação de movimentos do adversário. 

 

  • Quebra-cabeça: Requer atenção aos detalhes, paciência e persistência por períodos prolongados para encontrar as peças corretas e formar a imagem completa.

 

  • Sudoku: Requer concentração intensa, abordagem sistemática e capacidade de manter o foco em meio a diferentes possibilidades para preencher corretamente os espaços em uma grade. 

 

  • Jogo dos sete erros: Incentiva a atenção aos detalhes e a capacidade de observação, elementos cruciais para manter a concentração em tarefas específicas.

 

  1. Como os jogos podem ser utilizados em sala de aula?

No contexto escolar, é possível utilizar os jogos em diversos cenários, incluindo:

  • Introduzir novos conteúdos de forma lúdica e interativa;
  • Revisar conteúdos para garantir o bom desempenho dos alunos;
  • Avaliar o entendimento dos alunos de forma dinâmica através de jogos de perguntas e respostas;
  • Analisar a capacidade de criação de hipóteses, colocando o aluno como protagonista do seu processo de aprendizado;
  • Desenvolver estratégias de memorização não apenas para avaliações, mas para retenção do conhecimento. 

 

Deseja aprender mais sobre o sistema nervoso central e como ele se comporta no processo de aprendizagem? 

Quer encontrar estratégias baseadas em neurociência, psicologia e pedagogia que podem ser aplicadas em contextos escolares?

Confira nossos cursos de Pós-graduação EAD:

 

  1. REFERÊNCIAS

DIAS, Poliana Aparecida Gomes. Jogos educacionais: neurociência e aprendizagem. Caderno Intersaberes, Curitiba, v. 10, n. 29, p. 4-18, 2021. Disponível em: https://bit.ly/46Jd0zm. Acesso em: 05 dez. 2023

Compartilhe essa notícia