O que é Neuroeducação? Para que serve?
Com o avanço tecnológico e constante evolução do mundo moderno, os alunos não retém informações da mesma forma que as gerações anteriores, tornando os métodos de ensino utilizados algumas décadas atrás pouco efetivos.
A partir disso, observou-se que era necessário desenvolver uma nova metodologia que não apenas se embasasse na repetição e memorização. Ao invés disso, é mais eficiente compreender o funcionamento dos mecanismos do cérebro durante a aprendizagem.
Assim, surgiu a Neuroeducação: uma disciplina que une os conhecimentos de três áreas que envolvem a Neurociência, a Psicologia e a Pedagogia para estudar o sistema nervoso central e como ele se comporta no processo de aprendizagem. O principal objetivo da Neuroeducação é compreender como o cérebro processa informações para que seja possível desenvolver e aplicar metodologias de ensino mais adequadas e eficientes.
Quais são os benefícios da Neuroeducação no processo de aprendizagem?
Na Neuroeducação, os alunos são observados de modo que suas individualidades durante o processo de aprendizagem são consideradas, levando em conta influências do sistema neural, aptidões cognitivas e particularidades comportamentais.
Essa metodologia respeita o ritmo de cada aluno, trazendo diversos benefícios:
- Auxilia na identificação dos fatores que podem afetar a aprendizagem;
- Possibilita a caracterização do perfil cognitivo do aluno;
- Permite a elaboração de um planejamento de estratégias educacionais eficiente e realista;
- Melhora a capacidade de retenção de conhecimento;
- Estimula o desenvolvimento do pensamento crítico;
- Desperta o interesse pelo aprendizado.
Portanto, a Neuroeducação busca promover um ambiente de aprendizagem mais adaptado às necessidades individuais dos alunos, resultando em um processo de ensino-aprendizagem mais eficaz e significativo.
Quais são os pilares da Neuroeducação?
Segundo a Neuroeducação, existem quatro pilares fundamentais que auxiliam no processo de aprendizagem:
- Plasticidade cerebral: refere-se à capacidade do cérebro de se adaptar e mudar sua estrutura e conexões em resposta a novos conhecimentos e experiências. A Neuroeducação reconhece a importância de estimular essa plasticidade cerebral por meio de abordagens de ensino que promovam a criação de novas conexões neurais;
- Aprendizagem multissensorial: estimular múltiplos canais sensoriais, como a visão, audição, tato e movimento, facilita a recepção e a retenção de conhecimento;
- Neurônios espelhos: esses neurônios são capazes de observar, analisar e reproduzir comportamentos de outras pessoas, além de prever ações, sejam próprias ou de terceiros;
- Emoções: quando as emoções são despertadas de forma positiva e adequada, o aluno se sente mais motivado, engajado e aberto para aprender.
Ao considerar esses aspectos, os neuroeducadores podem criar estratégias de ensino mais eficazes e proporcionar uma experiência de aprendizagem mais enriquecedora para os alunos.
Como atua o neuroeducador?
O neuroeducador desempenha um papel crucial na criação de um ambiente propício ao ensino, buscando gerar estímulos adequados para o sistema nervoso. Sua atuação pode ocorrer em escolas, clínicas de consultoria e empresas. O profissional observa o indivíduo, identifica suas potencialidades e áreas a serem aprimoradas, e, a partir disso, desenvolve uma abordagem eficiente e de qualidade.
As práticas adotadas pelos neuroeducadores abrangem uma variedade de estratégias que visam promover o aprendizado otimizado. Alguns exemplos dessas práticas incluem:
- Prática de atividades físicas: a incorporação de exercícios físicos na rotina educacional auxilia na estimulação cerebral, promovendo o equilíbrio emocional e o bem-estar geral dos alunos;
- Atividades que desafiam e estimulam a memória e a capacidade de atenção: por meio de jogos, quebra-cabeças, desafios cognitivos e técnicas de memorização, os neuroeducadores buscam aprimorar habilidades cognitivas fundamentais;
- Debates que estimulam o pensamento crítico: incentivar discussões e reflexões sobre temas relevantes estimula o desenvolvimento do pensamento crítico e da capacidade argumentativa dos alunos;
- Projetos e atividades interativas: o engajamento dos alunos é estimulado por meio de projetos práticos, atividades interativas e o uso de recursos tecnológicos;
- Projetos multidisciplinares: a integração de diferentes disciplinas em projetos colaborativos permite aos alunos verem as áreas do conhecimento como fenômenos que se relacionam;
- Aulas divididas em blocos: dividir as aulas em períodos menores com intervalos regulares pode melhorar a capacidade de concentração e o aproveitamento do conteúdo;
- Abordar temas da atualidade e de interesse dos alunos: relacionar os conteúdos a questões atuais e que despertem o interesse dos alunos aumenta a motivação e a relevância do aprendizado;
- Práticas de meditação para aliviar o estresse: técnicas de meditação e relaxamento são utilizadas para reduzir o estresse e promover um ambiente de aprendizagem mais calmo e propício à absorção do conhecimento.
Como se tornar um neuroeducador?
Para se tornar um neuroeducador e oferecer o melhor processo de aprendizagem aos seus alunos, é fundamental investir em especialização.
O curso de Pós-graduação EAD em Neuroeducação da São Camilo possibilita ao profissional ampliar a percepção e o estudo sobre a construção do conhecimento, por meio da transformação e experiência.
Ao final do programa, o educador será capaz de identificar quais regiões do cérebro precisam ser ativadas, a fim de aprimorar o desempenho das funções cognitivas responsáveis pela aprendizagem.
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REFERÊNCIAS
REVISTA EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA. Neuroeducação e a construção de indicadores de habilidades cognitivas. Revista Educação, Santa Maria, v. 26, n. 1, pág. 1-29, nov. 2021.
LESSA, Hemilim. Neuroeducação: benefícios e efeitos na aprendizagem. Árvore, São Paulo, 06 out. 2022. Disponível em: https://www.arvore.com.br/blog/neuroeducacao-beneficios-aprendizagem. Acesso em: 20 jun. 2023