O que é jejum intermitente?

O jejum intermitente é um padrão alimentar no qual o indivíduo alterna entre períodos de alimentação normal e períodos prolongados de jejum, durante os quais só é permitida a ingestão de água e bebidas não calóricas.

A duração do jejum intermitente pode variar de 10 a 24 horas, dependendo da metodologia adotada. Após esse período, a pessoa se alimenta até o horário determinado para reiniciar o jejum, formando um ciclo regular.

O principal objetivo do jejum intermitente é promover a perda de peso e a queima de gordura através da restrição calórica e da melhoria da saúde metabólica.

Quais os riscos de jejum intermitente?

Embora o jejum intermitente possa oferecer alguns benefícios, também apresenta potenciais riscos à saúde, especialmente quando realizado sem orientação nutricional adequada.

Entre os principais riscos estão o aumento da perda de massa muscular, mal-estar, fraqueza, náuseas e dores de cabeça causadas pela falta de ingestão de alimentos por períodos prolongados.

Além disso, um estudo recente revelou que pessoas praticando jejum intermitente, limitando sua alimentação a menos de 8 horas por dia, enfrentam um risco 91% maior de morte por doenças cardiovasculares em comparação com aqueles que comem regularmente em intervalos de 12 a 16 horas diárias.

O jejum intermitente também pode ser prejudicial para indivíduos com histórico de distúrbios alimentares, como anorexia e bulimia, pois pode incentivar a supressão dos sinais naturais de fome do organismo.

Como deve ser feito o jejum intermitente?

Para que o jejum intermitente seja seguro e eficaz, é fundamental que seja conduzido com a orientação e acompanhamento de um nutricionista especializado.

O nutricionista deve realizar uma avaliação completa do estado de saúde física e emocional do paciente, identificando quaisquer condições que possam contraindicar o jejum. 

Além disso, é essencial seguir algumas diretrizes importantes:

  • Incentivar o paciente a manter-se adequadamente hidratado durante os períodos de jejum;
  • Recomendar que os alimentos consumidos durante os períodos de alimentação sejam nutritivos e balanceados;
  • Orientar o paciente a iniciar o jejum intermitente de forma gradual, começando com métodos mais leves e ajustando conforme necessário;
  • Monitorar de perto o paciente para detectar quaisquer efeitos adversos potenciais, como tonturas, fraqueza extrema ou dor de cabeça intensa.

 

Essas medidas garantem que o jejum intermitente seja realizado de maneira segura, respeitando sempre a saúde e bem-estar do indivíduo.

Nutricionistas devem recomendar o jejum intermitente?

Conforme parecer técnico divulgado pela Associação Brasileira de Nutrição (ASBRAN), são necessários estudos longos e controlados comparando o jejum intermitente com dietas tradicionais de restrição calórica para avaliar sua eficácia e possíveis efeitos adversos.

Até que evidências mais sólidas estejam disponíveis, ainda não há uma recomendação ampla para o uso do jejum intermitente. A ASBRAN enfatiza que uma alimentação saudável, orientada por nutricionistas e acompanhada de exercícios físicos, é crucial para a saúde geral, levando em conta as particularidades individuais e culturais dos pacientes.

No entanto, em casos específicos, alguns especialistas defendem que o jejum intermitente pode trazer benefícios, desde que realizado com segurança. Por exemplo, segundo um estudo recente publicado no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism da Universidade de Oxford, essa estratégia nutricional pode contribuir para o controle do diabetes tipo 2.

Dos 36 participantes do estudo diagnosticados com a doença, aproximadamente 90% conseguiram reduzir a necessidade de medicamentos para diabetes após adotarem o jejum intermitente.

Por outro lado, os especialistas não recomendam o jejum intermitente para gestantes, lactantes, crianças, adolescentes, pessoas com doenças crônicas, distúrbios tireoidianos e atletas de resistência.

Considerando esses pontos, a recomendação ou não do jejum intermitente deve ser determinada por um nutricionista devidamente qualificado e familiarizado com as necessidades individuais do paciente. Cada caso deve ser avaliado de maneira personalizada.

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