O Carnaval é uma das maiores expressões culturais do Brasil. É uma festa com múltiplas facetas, que se adapta para agregar costumes regionais e atender a todos os gostos. Entre fevereiro e março (a depender do ano), o país movimenta bilhões de reais, milhões de pessoas e centenas de escolas de samba. Os desfiles tradicionais lotam sambódromos nas principais cidades do país e colocam milhares de brasileiros em frente aos televisores. 

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E no coração desse evento gigantesco estão as musas, princesas, madrinhas e as rainhas das escolas e baterias. Elas são representantes da beleza, da energia e do dinamismo presentes nos desfiles. Dependendo do título que carregam, podem representar uma comunidade, uma tradição, uma homenagem ou uma necessidade financeira, mas sempre têm um papel fundamental que exige muito mais do que pode parecer.

A preparação para ocupar essas posições de destaque dura meses. As coreografias complexas exigem ensaios contínuos para que todo o elenco dos sambas-enredo esteja coordenado, no ritmo e com precisão milimétrica em todos os movimentos. O trabalho é diário e as sequências são repetidas várias e várias vezes em um esforço físico e mental que pressiona o sistema cardiovascular e muscular. 

Vai além de decorar uma sequência de passos, é um treino de resistência e disciplina esportiva - tanto porque elas têm que suportar uma roupa que pode chegar a pesar 30 quilos. E, com toda essa prática - e isso ocorre com praticantes de qualquer modalidade esportiva - podem ocorrer lesões. Na verdade, essas ocorrências são frequentes e, por isso, um fisioterapeuta é figura presente na rotina dessas atletas e artistas.  

O papel do fisioterapeuta na rotina de rainhas, princesas, musas e madrinhas de escolas de samba e baterias.

Qualquer atleta que passa horas exigindo de seu corpo e mente está sujeito a lesões que podem prejudicar sua qualidade de vida e sua carreira esportiva. Por isso, a figura do fisioterapeuta esportivo é parte integrante das equipes técnicas em qualquer modalidade. Eles atuam tanto para prevenir quanto remediar, tratando problemas antes que se tornem lesões e reabilitando o esportista para retornar a prática o quanto antes. No Carnaval não é diferente.

Para as rainhas, princesas, musas e madrinhas os fisioterapeutas são aliados que fazem toda a diferença na rotina prática. Ele avalia a condição física constantemente, buscando pontos de tensão que podem evoluir para lesões e criando rotinas de tratamento para evitar os piores cenários. Assim, os riscos por trás do esforço repetitivo e das coreografias diminui e mesmo a performance se beneficia. 

Contudo, por maior que seja o cuidado, a prevenção nem sempre funciona. Nesses casos, os contratempos podem dificultar que o atleta continue sua prática ou mesmo impedir que o faça e o fisioterapeuta entra com sua função mais conhecida: reabilitação. Nesses casos, especialistas em lesões esportivas que têm conhecimento para personalizar terapias, exercícios fortalecedores e reeducação proprioceptiva podem salvar carreiras, estilos de vida e, no caso do Carnaval, eventos inteiros. 

3 casos em que rainhas, musas e madrinhas de escolas de samba e baterias foram acompanhadas por fisioterapêutas. 

Ao longo dos anos, muitos foram os exemplos de casos em que um fisioterapeuta foi fundamental para uma preparação sem ocorrências ou, em caso de lesões, um desfile final com todas as participantes ativas no sambódromo.  

De Carnavais de uma década atrás até o de 2025, grandes nomes do sambódromo marcaram canais de notícias e redes sociais com cenas impactantes. De leves torções a fraturas em ossos do pé, os ensaios que precedem os grandes desfiles são cheios de surpresas que chocam os participantes e os espectadores. 

Alguns dos mais comentados, sejam pela fama das atletas ou pela proximidade temporal, estão listados a seguir:

 

Caso 1:  Vanessa Alves - Rainha da Bateria da Águia de Ouro (São Paulo, 2024)

Há pouco menos de um mês do desfile de Carnaval de São Paulo, Vanessa Alves sofreu uma fratura no quinto metatarso (dedo mínimo) do pé esquerdo. A lesão ocorreu quando a rainha torceu o tornozelo para trás, prendendo o dedo no chão do sambódromo. Sua reação foi instantânea, o sorriso deu lugar a uma careta de dor e saiu da área de ensaio já mancando. 

À equipe médica, ela se queixou de dor intensa e dificuldade em apoiar o pé no chão. O diagnóstico imediato foi uma lesão moderada. Após exames de imagem e confirmação da fratura, ela teve o membro imobilizado por bota ortopédica e foi encaminhada para tratamento intensivo com um fisioterapeuta. 

O tratamento contou com eletroterapia, crioterapia e exercícios de fortalecimento muscular. Como havia o interesse em prepará-la para a apresentação, houveram preocupações com edema prolongado e dificuldade de cicatrização, contudo - com uma coreografia adaptada - a recuperação da rainha correu bem e no dia do desfile ela estava na pista.

 

Caso 2: Patrícia Poeta – Musa da Grande Rio (Rio de Janeiro, 2025)

Em 2025, Patrícia Poeta sofreu uma lesão no joelho durante os ensaios para o carnaval. A ocorrência marcou o primeiro ensaio técnico na Sapucaí - faltando menos de um mês para o desfile. Na ocasião, a adrenalina do exercício aliviou a dor e ela seguiu com a rotina de passos. Contudo, quando o corpo esfriou o impacto foi imediato. 

Ela procurou apoio médico, no qual foi constatado que o excesso de esforço foi a causa principal do ferimento, assim como da dor e do inchaço que seguiram. O tratamento primário foi com compressas frias, faixas de compressão e medicamentos. Logo em seguida, ela passou a ser acompanhada por uma equipe de médicos e fisioterapeutas

Apesar de lesionada, a musa não pensou em abrir mão de desfilar na Sapucaí. Com isso em mente, a equipe de especialistas que a acompanha está trabalhando para fortalecer os músculos e impedir que a lesão piore e que ela esteja em condições de desfilar. Para isso, ela precisou mudar algumas rotinas: abriu mão do salto alto e de algumas atividades físicas para não forçar o joelho antes da hora

Sua pretensão é estar presente nos últimos ensaios e no baile. Não há intenção de faltar em qualquer evento carnavalesco, inclusive foi madrinha da Gueri Gueri no dia 22 e esteve no ensaio do dia 23 de fevereiro. Apesar de emocionante, o esforço teve suas consequências, em suas palavras: “quando eu cheguei em casa, meus dedos estavam cortados, meu joelho estava todo dolorido, doendo para caramba, não conseguia dormir de dor no joelho”.

Ela está passando por uma recuperação progressiva e que, graças ao acompanhamento especializado, está evoluindo bem. A fisioterapia está sendo fundamental nesse processo, o que também demonstra a importância do acompanhamento em casos do gênero. Não apenas na reabilitação, mas também na prevenção, já que o caso de Patrícia Poeta é um exemplo de como uma preparação prévia é fundamental para garantir uma rotina saudável de exercícios. 

Caso 3 – Paula Bergamin - musa da Santa Isabel (Rio de Janeiro, 2023)

Em 2023, Paula, que estava há 5 anos no posto de Musa da escola de samba, sofreu um tombo na avenida molhada durante ensaio técnico em noite de chuva. Na ocorrência, houve uma torção que causou inchaço e dor.

Segundo ela, a chuva danificou seu calçado: “a sandália laceou, enlargueceu, não estava tão firme no pé. Daí, quando fui fazer um movimento, o pé foi firme, mas ela não acompanhou. Caí, levantei rápido, mas, como estava com o corpo quente não senti tanto na hora".  Com a vontade de retornar ao sambódromo para o desfile, a musa foi encaminhada para um fisioterapeuta. 

As recomendações do especialista foram imobilizar o membro, fortalecer a musculatura e usar a técnica contraste: “estou com o pé imobilizado por tiras e, em casa, faço exercícios para fortalecer o pé e uso uma técnica chamada contraste, que consiste em colocar o pé na água quente e depois mergulhar na gelada para dar o contraste de temperatura. Está melhorando bastante e acredito que vai estar tudo bem no dia do desfile”. 

No dia 20 de fevereiro, ela foi para o sambódromo e desfilou seguindo as recomendações da fisioterapeuta para não pular e não fazer firulas. Infelizmente, ela não estava 100% durante a apresentação, o que acarretou uma segunda lesão. Ela assistiu a apuração dos votos de casa, com o pé para cima e, três dias depois, estava de volta à fisioterapia.

 

Conclusão

À primeira vista, o Carnaval é um arco-íris de glitter, danças e energia que empolga até a pessoa mais introvertida. Contudo, por trás de tudo isso, há um esforço muito grande de todos os envolvidos para que esse evento cumpra todas essas promessas e nem sempre as coisas ocorrem como planejado. 

As sambistas que representam as escolas são parte essencial da experiência carnavalesca. Elas se esforçam para representar o povo brasileiro e esse exercício pode não sair como o esperado. Eles podem acarretar machucados, lesões e fraturas com o potencial de tirar uma figura de importância ímpar do sambódromo no momento mais icônico do Carnaval. Nessas ocasiões, um fisioterapeuta pode fazer toda a diferença.

Seja parte essencial do Carnaval que encanta milhões de pessoas ao redor do mundo. Se prepare para a possibilidade de prevenir e tratar lesões em musas do Carnaval com exercícios e fisiologia aplicada à recuperação esportiva, para otimizar a recuperação e evitar recidivas, sem comprometer o desempenho, com a pós EAD São Camilo em Fisioterapia Esportiva, você pode trabalhar com sambistas ou com atletas de qualquer tipo, salvando carreiras e movimentando o Brasil. 

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